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O Tratamento

Antes de procurar ajuda

A prevenção significa um conjunto de medidas para evitar o aparecimento de uma doença.
Existem 3 níveis de prevenção: primária, secundária e terciária, dos quais apenas a primeira corresponde a este conceito. Prevenção secundária passou a designar o tratamento propriamente dito, enquanto prevenção terciária, a reabilitação.

Infelizmente, dada a grande abrangência das bebidas alcoólicas, sem uma jurisdição legal e controlo adequado, bem como a crescente disponibilidade de outras drogas e de medicamentos psicotrópicos, as estratégias mais comuns de prevenção primária têm pouca ou nenhuma possibilidade de sucesso, com pobres resultados em termos de custo/ benefício, na imensa maioria dos casos.

Esta questão da prevenção primária é dificultada também pelo conceito cultural e social do uso de álcool e outras substâncias. No decorrer dos anos, tem-se observado a evolução do conceito do alcoolismo e uso de drogas. Podemos classificar a mudança destes conceitos em 3 modelos distintos:

1 - Modelo moral
O uso da SPA (Substância psico-activa) é visto como um sinal de carácter fraco, exigindo que o usuário exerça força de vontade e controlo de si mesmo. Este ainda é um pensamento existente em nossa cultura, que acredita que transtornos tais como o alcoolismo são o resultado de falhas morais. A grande limitação deste modelo é fazer com que a pessoa sinta-se culpada pelo problema, achando que lhe falta força "Eu sou fraco, não consigo parar com o uso".

2 - Modelo Médico
De acordo com esta abordagem, os comportamentos aditivos estão baseados em uma dependência física subjacente e a atenção é focalizada sobre factores fisiológicos predisponentes, que se assume ser geneticamente transmitidos, como causa primeira da adição. A definição do alcoolismo como uma doença progressiva que pode ser apenas temporariamente controlada pela abstinência total e abordada dentro deste modelo são:

a) A pessoa não responsável pelo problema, limitações deste modelo para o tratamento, pois é uma doença.
b) Precisa de um tratamento externo, algo vem "de fora dele" para curá-lo. A grande vantagem deste modelo é que permite a pessoa pedir e aceitar auxílio sem ser culpada por sua fraqueza. A partir deste modelo médico, surgiram diferentes formas de tratamento que seriam classificadas como tratamento do modelo de esclarecimento. As comunidades terapêuticas de ordem religiosa, os grupos de auto-ajuda como NA, AA são exemplos do modelo de esclarecimentos médicos.

3 - Modelo Compensatório ou Comportamento Aditivo com padrões de hábitos adquiridos:
Dentro deste modelo, comportamento aditivo é visto como um hábito hiper-aprendido que pode ser analisado e modificado do mesmo modo que outros hábitos. Modifica-se, aqui, o conceito de hábito compulsivo, pois não mais se vê o uso como um estado de ser compulsivo, impulso irresistível para realizar algo irracional. O modelo de comportamento aditivo tem como interesse o estudo dos determinantes dos hábitos aditivos, incluindo: antecedentes situacionais, antecedentes ambientais, crenças, expectativas, história familiar, história individual e experiências de aprendizado anteriores com a substância. O fato de um estado de doença ser um produto de um componente aditivo (cirrose no fígado, câncer no pulmão) de longo prazo, não implica, necessariamente, que o próprio comportamento é uma doença. Os comportamentos aditivos são realizados em situações percebidas como stressantes; e há, no uso do SPA, uma gratificação imediata, ou seja estado de prazer máximo ou redução de tensão ou excitação.

Exemplo:
Beber – reduzir ansiedade social
Fumar – acalmar os "nervos"
Comer – solidão ou aborrecimento
O beber, fumar ou comer nestas situações são mecanismos de enfrentamento mal-adaptativos porque levam a consequências negativas, como alteração da saúde física e emocional.

As vantagens deste modelo são:

a) Fazer com que a pessoa possa exercer o controlo e assumir a responsabilidade pelo processo de mudança de um hábito aditivo.
b) Seja capaz de aprender métodos efectivos de mudança de hábitos. Já a limitação está no fato de que o coordenador deste modelo precisa ter toda uma compreensão das teorias do aprendizado social, psicologia cognitiva e psicologia social experimental. O trabalho desenvolvido a partir desta abordagem, é realizado em clínicas ou hospitais especializados, requerendo toda uma equipe de profissionais treinados para seu desenvolvimento.

O ponto principal destes modelos é a possibilidade que o usuário de SPA tem para procurar ajuda. Seja qual for o tipo de ajuda, é imprescindível que a pessoa esteja consciente que há diferentes formas de abordagens e de tratamento e que sempre haverá alguém disponível a ajudá-lo.

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